
Foto: Divulgação
Perfil fake criado no Facebook
Um presidiário da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC) tentava aplicar golpes por meio de um perfil falso de um delegado da região no Facebook. O próprio delegado Charles Dias do Nascimento, que era chefe da Delegacia Regional de Santiago até o final de maio e teve o perfil copiado, investiga o caso desde o final do ano passado. Desde junho, ele é titular na delegacia de Cerro Largo, no noroeste do Estado.
De acordo com Nascimento, o presidiário copiou os dados e fotos do seu Facebook pessoal para criar outro perfil. Nesta conta, o criminoso tentava aplicar golpes ao fazer compras em grupos da rede social. O delegado conta que o fake negociava a compra, sem fazer o pagamento, e mandava uma terceira pessoa, que não tinha ligação com o crime, para fazer a retirada do produto. Porém, nenhuma pessoa foi lesada pois não entregaram o objeto sem o recebimento do dinheiro. O presidiário teria tentado comprar materiais de construção, um quarto de bebê e até ovelhas.
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- Ele tentava aplicar esses golpes principalmente na Região Metropolitana. Depois, tentou adicionar algumas pessoas que são minhas conhecidas no perfil, o que despertou a desconfiança nelas, que prontamente me avisaram. Isso aconteceu no final de 2018. Pedi a quebra do sigilo telefônico, instaurei um inquérito e, desde então, investigamos o caso - destaca o delegado.
Ainda segundo Nascimento, esse mesmo criminoso tentava aplicar um outro tipo de golpe, mas não usando o perfil falso do delegado. O preso usava fotos de adolescentes, enviava fotos íntimas e tentava atrair homens para encontros. Depois, ainda se passando por adolescentes, usava essas conversas para chantagear os homens, dizendo que iria denunciá-los para a polícia por conversarem e armazenarem fotos de menores de idade. Nesse caso, o delegado conta que houve várias vítimas.
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No mandado de busca e apreensão realizado na cela do preso foram encontrados 12 celulares e várias anotações com números de celulares de vítimas. A investigação segue para tentar identificar se mais pessoas foram atingidas pela fraude.
O presidiário que tentava aplicar os golpes foi indiciado por estelionato e falsidade ideológica. Ele cumpre pena por homicídio e tráfico de drogas.
*Colaborou Janaína Wille